Junho registrou o maior índice de vendas diárias desde 2015, alcançando 16,9 mil toneladas.
O setor de distribuição de aços planos no Brasil encerrou o mês de junho com alta de 7,3% nas vendas frente ao mês de maio, atingindo o montante de 338,7 mil toneladas contra 315,6 mil. Já na comparação com junho do ano passado, quando foram vendidas 284,6 mil toneladas, o acréscimo foi ainda maior, com alta de 19%, superando as expectativas do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). O sexto mês do ano registrou o maior índice de vendas diárias desde 2015, alcançando 16,9 mil toneladas.
“Isso mostra que junho foi realmente um mês muito bom para o setor. Foi um mês bem forte, um pouco acima do que imaginávamos, tanto para as usinas quanto para o setor de distribuição”, afirmou o presidente executivo do Inda, Carlos Jorge Loureiro.
Para ele, o crescimento é fruto dos reajustes de preços aplicados por algumas usinas e pela iminência de outras aplicarem alta nos preços também. “O aumento das usinas fez com que todo mundo tentasse se abastecer o mais cedo possível a preços anteriores a eventuais altas”, explicou.
Loureiro se refere à movimentação de antecipação de compras de aço que aconteceu no final do semestre, antes de entrar em vigor a taxação de 25% de importação sobre os produtos que ultrapassassem as cotas criadas e anunciadas pelo governo federal em abril. O resultado mensal fez com que, no primeiro semestre, o crescimento saísse do negativo e alcançasse alta de 2,2%.
Expectativa é de crescimento
O presidente do Inda ressaltou ainda que a expectativa é que as vendas de aço plano em julho também fiquem acima do resultado obtido no ano passado. Com isso, a perspectiva para este ano é de crescimento de 3%.
Quanto aos estoques, junho registrou um aumento considerado baixo de 14 mil toneladas. Em número absoluto, o sexto mês do ano obteve alta de 1,5% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 929,5 mil toneladas contra 915,4 mil. O giro de estoque fechou em 2,7 meses. “É um número ideal. Abaixo disso pode haver dificuldade de abastecimento e, acima disso, começamos a registrar um excesso de estoque”, explica Loureiro.
Compras também subiram
Quando analisadas as compras, os dados do Inda mostram que elas também subiram. A alta foi de 12,3% perante maio, com volume total de 352,9 mil toneladas contra 314,2 mil. Frente a junho do ano passado (293,5 mil toneladas), o acréscimo foi de 20,2%.
Na análise no primeiro semestre (sobre as compras de janeiro a junho), a alta foi de 3% na comparação com o mesmo período do ano passado. O destaque vai para as negociações de chapas grossas ou placas (11,8%) e laminados a quente (5,8%). Para o mês de julho, a expectativa é que as compras e vendas tenham uma queda de 1,5% em relação a junho, consequência do mês anterior muito forte.
Importações de aços planos caíram 13,3%
Já as importações encerraram o mês de junho com queda de 13,3% em relação ao mês anterior, com volume total de 211 mil toneladas contra 243,6 mil. Porém, se comparado com o mesmo mês do ano anterior (201,3 mil toneladas), houve uma alta de 4,9%.
Quanto ao primeiro semestre deste ano, as importações também registraram alta de 22% na comparação com o mesmo período do ano passado. Porém, conforme pontuou Loureiro, no acumulado do ano, o índice de crescimento acumulado comparado com o ano de 2023 tem caído mês a mês.
“Em maio, o crescimento comparado com o ano passado era 26%. Daqui para frente deve reduzir ainda mais tendo em vista que as importações foram mais fortes no segundo semestre do ano passado. Com a diminuição, fecharemos o ano como no ano passado ou até abaixo”, projetou o presidente do Inda.
China lidera exportações
A China é ainda o grande exportador de produtos acabados para o Brasil. O país asiático é responsável por uma fatia de 57,6% dos aços planos importados pelo País, seguido da Rússia, com 26,7% das importações.
Fonte: https://diariodocomercio.com.br/economia/vendas-diarias-aco-plano-recorde-brasil/#gref